sábado, 11 de dezembro de 2010

Fontes de Alimentação

Alguns clientes que compram DACs me perguntam se podem melhorar a performance de seus equipamentos com a colocação de uma fonte de alimentação melhor.
A resposta é: depende.
Depende do que?
De como o projeto do DAC foi concebido, ou melhor, de como a fonte do DAC foi concebida.
Para explicar um pouco melhor isto, vamos descrever de forma bem sucinta os blocos que constituem uma fonte padrão.
De cara temos os circuitos de chaveamento e proteção de entrada do AC. Chave ON/OFF, fusível e varistor (surge protection).
Em seguida temos o elemento abaixador (ou elevador dependendo do caso) que pode ser um transformador ou um circuito ativo de chaveamento (MOS-FET, Transistor, IGBT, SCR, etc).
Após a modificação da tensão e respectivo isolamento entre entrada AC e saída AC, vem o retificador. São os diodos, ou diodo, que transformam o AC em DC pulsante.
Logo à frente dos diodos temos os filtros primários que podem ser capacitores, indutores ou combinação destes, que transformam a DC pulsante em DC com o mínimo de ripple possível (ondulação residual).
Depois de retificada e filtrada, a tensão DC pode passar através de um elemento de regulação que garante a estabilidade de tensão e corrente independente da carga dentro de determinados parâmetros.
Agora que passamos por todos os elementos básicos de uma fonte, voltemos ao início.
Se a fonte do DAC for uma fonte completa e entregar o DC filtrado e regulado para o equipamento, podemos melhorar a performance total do conjunto, construindo uma fonte com melhores filtros, uma melhor regulação com capacidade de tensão e corrente para cargas mais exigentes. Neste caso, aposentamos a fonte original e passamos a trabalhar com a fonte re-projetada.
Caso algum (ou alguns) dos elementos fundamentais não estiver na fonte, mas estiver montado dentro do equipamento, ficará impossível melhorar alguma coisa com a substituição da fonte original, pois a eletrônica responsável pela performance final da fonte estará dentro do circuito do DAC.
Algumas impressoras, por exemplo, têm uma fonte de alimentação que é pura e simplesmente o circuito de proteção com um transformador abaixador. Todo o resto está dentro da impressora. Vemos esta configuração em alguns brinquedos elétricos e calculadoras eletrônicas, como as minhas boas e velhas HP32E e a TI-59.
Entenderam porque algumas vezes não dá para fazer um up-grade de fonte sem estripar o DAC?
Abraços.



sexta-feira, 5 de novembro de 2010

V2-SE

Meus caros,


Esta semana entreguei as duas primeiras unidades do V2-SE (Special Edition). Basicamente é o V2 com algumas facilidades adicionais e alguns componentes "estado-da-arte"*.


Fiquei muito surpreso e felicíssimo com os comentários dos dois clientes sobre a performance geral do equipamento e, ainda de quebra, sobre o novo visual do painel frontal.
Foram só elogios.


Agradeço aos dois, não só pelos elogios, mas pelos inputs e pelo feedback (positivo, neste caso...) para que eu possa seguir melhorando cada vez mais os produtos LPJ.


Ouvindo-os e lendo as linhas escritas por eles, tenho a certeza de que estou no caminho certo e trilhando, sem desvios, a minha proposta inicial quando fundei a LPJ Audio há alguns anos atrás:
"Áudio de alta-qualidade, 100% nacional a preços competitivos para encher os olhos e principalmente os ouvidos dos meus clientes".


Sei que não é possível agradar à todos, mas tenham a certeza de que estou dando meu máximo nesta árdua tarefa. Do projeto ao produto final, desenho mecânico dos painéis e chassis, projeto dos circuitos, desenho dos esquemas e pcbs, escolha do acabamento e madeiramento 100% ecológico nos gabinetes, seguindo a filosofia do upcycling são as rotinas do meu dia-a-dia.


Em breve teremos mais algumas novidades: Codificadores/Decodificadores XLR balanceados, JUNO versão Monobloco e um Crossover de 3 canais são algumas delas.


Mais uma vez agradeço a todos vocês que depositaram sua confiança nos equipamentos que produzimos.


Atenciosamente,


Luciano
http://www.amplificadores.com.br/







*Novo faceplate de Inox polido, potenciômetro de volume ALPS RK-27 "Blue Velvet", seletor de entradas com indicação em um display de 7-segmentos.



Quatro entradas chaveadas por relés selados, RCAs torneados com acabamento em ouro e novo backplate, também em aço Inox polido, são algumas das melhorias presentes no novo V2.

Para quem está curioso sobre o background das fotos, temos meu TD Gradiente/Garrard B2-FG ("modado"), meu V2 à direita, um CD do DEVO (Something for Everybody) e um do Ting Tings (We Started Nothing) além das fotos autografadas dos atores de Babylon-5, uma das melhores obras de ficção já realizadas (ocupando o pódio ao lado de Battlestar Galactica, é claro)...



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Misunderstanding

Há alguns dias um cliente postou uma mensagem endereçada ao meu mail se dizendo decepcionado com o Phono Experience # 3.

Gostaria de aproveitar este ocorrido e esclarecer algumas coisas em relação ao som reproduzido por equipamentos valvulados.

  1. Como sempre digo, os circuitos valvulados são de concepção simples. Minimalistas. Por que? Porque não precisamos de artifícios como realimentação (negativa ou positiva), atenuadores, filtros de HF ou LF, circuitos sintonizados, reforços artificiais para compensar perdas, redes Zöbel, Linkwitz-Rilley, Baxandall, etc, tão necessárias nos circuitos de estado sólido para compensar suas tantas deficiências no campo da amplificação de sinais de áudio com alta-fidelidade.
  2. Há 40 anos ouvimos, na média, somente áudio de estado sólido (bons e maus designs), nos acostumamos com o , DTS, Dolby, THX, loudness, equalização de 1/3 de oitava, compressores, expansores, reverberadores, ferramentas como o Pro-Tools (que transformam infantes-despreparados e mocréias-gritadoras em ídolos instantâneos e divas da música atual). Achamos normal entrar em um habitáculo de um virgula oito metro cúbico e ouvir um som automotivo (CD, rádio FM, DVD, i-POD, mp3, etc) achando que é som estéreo (que precisa de no mínimo 2m de separação para que o efeito ocorra de forma correta) super natural, vívido, claro, límpido, cristalino, etc.
  3. Consulte os designs do J.L Hood e veja todos os artifícios que o "pai dos amplificadores transistorizados" teve que fazer desde a década de 60, para tentar imitar o som que ele estava acostumado a ouvir nos equipamentos valvulados da época. Não teria sido mais fácil continuar ouvindo o som nos valvulados? Acho que por aqueles idos, a promessa era de que os transistores viriam para substituir tudo o que as válvulas faziam...ou quase tudo.
  4. Os circuitos valvulados, geralmente, não lançam mão de qualquer artifício para esquentar o som. Eles são o que são. Bons designs são transparentes. De vez em quando, temos a sensação de que falta algo. Não é porque o equipamento HS (hollow-state) retirou ou modificou o som. É porque simplesmente não exisitia nada ali.
  5. A única coisa que resgatamos é o som gerado por um fluxo constante de elétrons no vácuo dentro da válvula. Um som aconchegante, límpido, sem fadiga auditiva (por conta da ausência de harmônicos sub e super-sônicos) e acima de tudo, honesto.

Se é isto que você procura, então bem-vindo ao mundo do áudio valvulado.

Se acha que isto não satisfaz suas necessidades audiófilas, procure um bom amplificador de 2000W (com transistores de saída BJT da Toshiba), um par line-arrays (pra começar) montadas nos cantos da sua sala e uma ótima mesa de som de uns 32 canais (no mínimo) bem no meio do aposento para equalizar tudo isto ao seu gosto. Garanto que você terá volume, punch e um monte de vizinhos querendo a sua cabeça!

Toda e qualquer experiência é valida, desde que você não se torne um escravo do seu experimento.

Você é o dono e senhor do seu Sthula-Sharira, ao menos nesta existência, portanto, cuide muito bem dele e aproveite!

Boas audições, valvuladas ou não.

Divirta-se!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Crias do sistema

Meus caros,

Viajei para o Chile neste último final de semana. Como foi feriado, fui acertar alguns negócios e aproveitei para ficar alguns dias em Santiago.
Quando regressei a SP, fui informado que haviam entrado no meu laboratório durante o feriado e "feito a limpa".
Graças à Deus e a estupidez dos bandidos, levaram as minhas CPUs, o servidor (com back-up de tudo quanto era coisa) e alguns monitores LCD, além de uma central AV Pioneer, um CD-player Marantz e dois DVD-players Philips...ah, também levaram um relógio cuco, herança de família.

Os equipamentos de clientes que estavam nas bancadas ficaram intactos. Devem ter pensado que equipamentos com válvulas são velharias...

"Casa de ferreiro, espeto de pau".
Eu que sou tão metódico com meus equipamentos, me esqueci de checar as baterias do meu sistema de segurança. Estavam descarregadas e com a validade vencida.
Fica a lição.

Agora vem a árdua tarefa de recuperar os meus dados (o que for possível) e tentar recompor da melhor forma possível a biblioteca digital novamente.

Por sorte (e precaução) os dados de projetos dos equipamentos estavam em um servidor seguro fora do lab!

Conto com a compreensão de vocês, meus clientes e amigos, se as coisas andarem um pouco mais devagar nestas semanas.

Grande abraço à todos!

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Chaveador de entradas - Final

Tudo testado e OK.
Agora o novo chaveador de entradas com relés selados será parte integrante (e em alguns modelos opcional) dos equipamentos LPJ Audio.

No G4
  • Será parte integrante do projeto
  • Opção da entrada "0" ser de alto-nível (2Vpp) ou entrada de Phono MM. Aqui vale a ressalva: está na minha lista de pendências o desenvolvimento de um estágio que possibilite o uso com cápsulas MC. Em breve.
  • Em algumas semanas estará disponível um módulo opcional para uso com conexões de áudio balanceadas tipo XLR (Cannon de 3 pinos). Entrada e saída.
  • Ao todo serão 4 entradas distintas.
  • Saída para monitores tipo RCA e/ou Banana Pt+Vm que permitem a ligação de caixas acústicas tipo monitor diretamente no amplificador.
  • Estou negociando com a ALPS Japan Co. a importação dos potenciômetros de volume RK27, os famosos Blue-Velvet, dual gang de 100K. Assim que disponíveis será oferecido como opcional aos ALPHA (USA) que usamos atualmente.
  • Novo faceplate em Inox polido e espelhado para acondicionar o display e a chave seletora de entradas, bem como servir de apoio ao potênciômetro de volume.
  • Novo backplate em Inox polido e espelhado para sustentar os RCAs, Cannons, Bananas etc.
No V2
  • O chaveador de entradas será opcional (no modelo atual o V2 tem uma entrada singela ou duas selecionáveis através de uma chave simples).
  • 4 entradas de alto nível (2vpp).
  • Saída somente com RCAs
  • Opção da inclusão de um entágio de Phono de estado sólido, transformando-o em opção híbrida, visto que todo o circuito do V2 é valvulado
  • Opção de entrada e saída balanceada XLR através da inclusão de módulo opcional (estado sólido)
  • Mesmas condições para o potenciômetro de volume do G4 (veja acima).
  • Novos faceplate e backplate em Inox polido e espelhado para suportar as atualizações do hardware.
Na prancheta:
  1. XLR in e out. Módulo opcional para entradas e saídas balanceadas.
  2. Chegada das novas placas dos reguladores de alta-tensão a MOS-FET para equipar os JUNOs e V2s (em avaliação de impacto de performance). Aumento significativo do DF.
  3. Projeto do módulo pré-amplificador para cápsulas MC/MM.
  4. JUNO 2 com pré-amp integrado e chaveador de entradas + chaveador de canais de saída (novo), permitindo o uso de pares de caixas A, B, A+B(4 Ohms) e MUTE.
  5. O LUNA 7, módulo mono de 35W (equipado com as¨6SN7/6SL7 e KT88/6550) voltado para aplicações onde mais canais idênticos são requeridos.
  6. Por fim, um amplificador monobloco Classe A puro com J-FETs de 100W inspirado nos trabalhos do grande mestre do estado sólido J. L. Hood. Este ampli, estou projetando para uso pessoal na minha sala de Home-theater (6.1). Com certeza boas lições serão aprendidas e se traduzirão em ótimas inovações na nossa linha de produtos!
Fiquem antenados ao site.
Em breve as novidades!
Grande abraço à todos.

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segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Seletor de entradas, parte 2.

As placas ficaram prontas.
Retiro amanhã no fornecedor e inicio os testes.
Os 2 V2 que estão para ser entregues já seguirão com esta nova funcionalidade.

Depois de tudo testado e aprovado 100%, será publicado no website a nova opção do V2 com esta nova "feature".


News!
Atendendo à pedidos de um cliente que usa um G4 como amplificador de referência no seu estúdio de gravação, começarei a trabalhar na nova funcionalidade que equipará opcionalmente, os produtos LPJ Audio:
  • Conexões balanceadas de entrada e saída.
  • Conectores XLR Cannon de 3 pinos com trava e interface com tecnologia da Bürr-Brown (hoje Texas Instruments).
  • Circuitos J-FET com slew-rate de 15Vdc/μs
  • Distorção menor que 0,0005%
  • Resistores com tolerância de 2ppm tipo laser trimmed & built-in on chip.
  • Output de 17Vrms @ 600 Ohm.
Para citar algumas das caracterísiticas do que será implementado.
Amanhã pela manhã começo o desenho da aplicação.
Acompanhem.
Grande abraço à todos!

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sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Novo seletor de entradas

Meus caros,
Acabei de projetar um novo circuito de chaveamento de entradas para o G4 e que equipará também a nova versão do V2, o V2-SE.
O G4 utilizava uma chave rotativa, embora selada e de boa qualidade, padecia pelo fato de ser mecânica.
O V2, por sua vez, possuia apenas 2 entradas selecionáveis via chave mecânica de 3 posições (com MUTE central).
Agora, tanto os G4 em produção como os novos V2-SE serão equipados com uma nova placa presa ao fundo do gabinete, responsável pela seleção digital das entradas através de reed-relays selados.
A indicação será por leds no painel frontal ou display subminiatura de 7-segmentos.
O G4 indicará P-1-2-3, sendo P de Phono, e 1, 2 e 3 para as entradas normais (CD, DVD, etc).
O V2, como não possui entrada de phono (de estado sólido) indicará 0-1-2-3 para a seleção das entradas de alto-nível.
Aos clientes com V2 em produção, não fiquem ansiosos, seus equipamentos demoraram alguns dias a mais por conta desta nova funcionalidade!
Para matar a curiosidade, segue uma amostra da nova PCB, a LPJ-iMUX. Input multiplexer.
LPJ i-MUX v1.0:

Além da:
1) Seleção de múltiplas entradas,
2) Possibilidade de uso com o pré-amp de phono conectado ao conjunto "0" de RCAs,
3) Iindicações com led puntual ou com display de 7-segmentos
4) Contará, também, com apossibilidade de inversão de fase das saídas (presetados na fábrica). Caso esteja usando com um amplificador de potência ou pré-amp de um estágio inversor.
Assim que estiver tudo OK, será publicado na página frontal do website para que os clientes que possuam o V2 possam convertê-lo ao V2-SE e os proprietários do G4 possam fazer o upgrade sem custo.
Grande abraço à todos.

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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Tensão da rede

Meu cliente, citado no post anterior, colocou um estabilizador de uma centena de Reais protegendo sua parafernália audiófila de milhares de Dólares.
Voilà!
Problema resolvido.
Próximo passo:
Incluir o MOS-FET Regulator em todos os JUNO e Volkano mk.III.
Um simples regulador série usando como elemento ativo de regulação um MOS-FET tipo Enhanced da Internationa Rectifier (IRFZ 4xxx) resolverá os transtornos causados pela concessionária de energia elétrica.
Fica a dica:
  1. Invistam em um estabilizador e/ou condicionador de rede (UPS de preferência).
  2. Façam o aterramento conforme as diretrizes da concessionária da sua região.
  3. Instalem o dispositivo DR. Crianças, secretárias do lar e animais de estimação agradecem.
Grande abraço e boas audições!


segunda-feira, 31 de maio de 2010

Fontes de alimentação x tensão da rede

Esta semana tive um JUNO de um cliente que apresentou problemas pela segunda vez em menos de um mês.


O primeiro retorno foi um capacitor eletrolítico da fonte do +B (alta-tensão) que alimenta os ânodos das válvulas de saída que explodiu internamente por sobre-aquecimento.
Pedi ao cliente que remetesse o equipamento sem custo algum, pois estava dentro da janela de 90 dias.


Esta semana veio a notícia do mesmo cliente dizendo que um dos canais está com uma das válvulas avermelhando a placa (ânodo).
Ainda não recebi o veredito final dos testes preliminares que orientei-o a fazer na tentativa de isolar (remotamente) a fonte do problema.
Placa avermelhada significa falta de tensão na screen-grid (fio solto, capacitor defeituoso, resistor aberto, etc), ou desalinhamento dos elementos internos da válvula fazendo o cátodo tocar na grade ou algo pior.


Eu, na posição do cliente, também ficaria muito chateado (pra não dizer coisa pior) com um equipamento novo e caro, dando problemas com tão pouco tempo de uso!


Ainda não sei qual será o desfecho deste episódio, mas desde já, comecei a tomar algumas medidas preventivas e outras corretivas. Comecemos pelos problemas:
  • Um equipamento projetado para trabalhar em 115Vac (de 110 a 127 Vac - aceitável) TEM que trabalhar com esta especificação. A rede elétrica é muito diversa Brasil a fora. Temos regiões onde 90 Vac é o normal, e outras onde 137 Vac é o "padrão". Sem falar nas cidades onde o normal é o 220Vac (entenda-se 190 a 250Vac!) ou picos esporádicos que as concessionárias insistem em dizer que não ocorrem.
  • Vibração mecânica. Diferente dos dispositivos de estado sólido, uma válvula possui elementos internos delicados e muito sensíveis à vibração, principalmente quando aquecidos, que podem entortar e não mais voltar à sua posição inicial. Apesar do material interno ser basicamente níquel e suas ligas (muito duras e resisitentes) a movimentação constante do equipamento deve ser evitada a todo custo.
  • Ansiedade.
Soluções.
  1. Estabilizador de tensão na rede elétrica. O investimento em um estabilizador (ou UPS) é baixo em comparação ao que foi investido na aquisição dos seus equipamentos high-end: pré-amps, amplificadores, caixas, cabos, etc.
  2. Redesenho das fontes de alimentação. Já está em andamento o re-projeto da fonte de alimentação dos JUNOs com a inclusão de reguladores MOS-FET para garantir a estabilidade das tensões de alimentação dos circuitos em caso de flutuações da rede. Com estas duas medidas, os problemas ocasionados pelas falhas na rede elétrica serão minimizados, senão eliminados.
  3. Antes de efetuar o pedido, o cliente tem que se certificar se sua rede elétrica é estável (mesmo que seja um valor de tensão baixo ou alto, porém estável. É possível enrolar o transformador de força de modo a compensar esta variação, caso não se vá investir em um estabilizador). Avise no momento do pedido se a rede é estável, ou não!
  4. O envio por transportadoras é sempre traumático! O ideal seria a retirada do produto em mãos, mas como isto não é possível na maioria das vezes, enviamos o produto embalado da melhor forma possível com as válvulas embaladas em separado e individualmente para que sejam colocadas em seus respectivos soquetes pelo cliente em seu destino final.
  5. Uma vez montado em seu destino, evite-se ao máximo a movimentação do produto. Como dito anteriormente, um equipamento high-end não foi projetado com a mesma filosofia de equipamentos para uso automotivo. Fiação ponto-a-ponto e cruzamentos a 90° para cabos que levam o sinal de áudio não permitem que alguns fios sejam "amarrados" aos demais para aumentar a rigidez do chicote elétrico. Tudo isto gera algumas frgilidades que devem ser respeitadas para que o equipamento opere sem problemas.
  6. Quanto à ansiedade meus caros, tentem se controlar. Façam Tai-chi Chuan ou Yôga. O equipamento só vai seguir para o seu destino quando estiver 100% confiável. Se a ansiedade bater forte, podem telefonar, mandar e-mail, postar no HT Forum etc... Você adquiriu uma peça única. Não é um equipamento de série. É um equipamento "estado-da-arte", que além da estética agradável, funciona tocando música!
Em resumo:
  • As medidas de projeto já estão em andamento. Em breve estará anunciado no website a nova versão do JUNO com MOS-FETs reguladores.
  • Utilize um estabilizador ou UPS para ligar seu equipamento high-end.
  • Uma vez colocado no seu rack, só movimente-o em caso de extrema necessidade.
Seguindo estas premissas, tenho certeza de que seu equipamento só será lembrado pelas horas de prazer que você dispendeu ouvindo música!
Atenciosamente,
Luciano

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domingo, 17 de janeiro de 2010

O tempo que leva.

Meus caros amigos clientes,
Na sexta-feira passada um dos meus clientes ligou aflito querendo saber quando iria receber seu equipamento.


Confesso que, na posição dele, estaria fazendo a mesma pergunta e ainda mais, estaria ansioso e insone na expectativa de ligar um novo equipamento ao meu set de áudio só para ver o que mudou e curtir cada nota emanada do meu par da caixas ou par de fones.
Diante disto e, como alguns não conhecem de perto o processo criativo envolvido na confeção dos nossos produtos, vale uma breve explanação:
Quando o cliente entra em contato conosco, incia-se um processo de empatia, onde tento aprender o máximo possível sobre o gosto musical e estético do novo cliente.


Trocamos e-mails, conversamos ao telefone e alguns, que moram na Grande SP, até me visitam e conversamos ao vivo.
Depois de definido o desenho básico da aplicação, inicia-se o processo de escolha da matéria-prima para a construção do equipamento. Levamos em conta a posição geográfica e climática para determinar o melhor tipo de madeira e acabamento interno, a necessidade ou não de refrigeração extra, se existe ou não o condicionamento de sinal da rede elétrica, aterramento nativo no local, etc.
Em seguida vem a escolha do "look" do equipamento, qual a madeira que será utilizada no folheamento. Quando estou à procura de determinada folha, esta atividade não se restringe apenas à escolha da "folha de nogueira, carvalho ou maple". Escolho dentre dezenas de folhas, a que apresenta os veios mais bonitos e que realcem o aspecto natural da madeira, isenta de furos, fungos, rachaduras, emendas, etc.
No processo de folheamento (veneering), preciso deixar o gabinete isento de irregularidades antes de aplicar as folhas. Após a montagem básica em madeira tratada, aplico massa F-12 para corrigir todas as imperfeições de cada uma das faces do gabinete, depois todo o conjunto é lixado com 3 graduações de lixas para só então, aplicar a primeira camada de cola de contato.


Aplico a cola em ambas as superfícies: na folha cortada no tamanho desejado em função da superfície a cobrir e na face a ser coberta. Deixo secar entre 10 e 15 minutos no mínimo para então fazer a adesão das duas superfícies, sempre pressionando do centro para as bordas de modo que não se formem bolhas de ar internas.
Após facear as 12 superfícies, é feito o acabamento com 2 graduações de lixas (200 e 400) antes da aplicação da primeira camada de seladora à base de nitrocelulose. Após 2 horas secando ao ar livre na sombra e com baixa umidade relativa do ar para que a seladora não fique esbranquiçada, passo a palha-de-aço fina para tirar qualquer eriçamento das fibras causadas pela viscosidade da seladora. Depois desta etapa, mais 3 demãos de seladora com diferentes diluições no "Thinner" complementam o trabalho.
Então é aplicada a cera natural à base de hidrocarbonetos e carnaúba, responsável pelo aspecto natural dos gabinetes acabados.


Inicia-se então o processo de montagem dos circuitos eletrônicos. Quando os Correios e fornecedores colaboram, em 15 dias, tenho sobre a bancada todos os componentes necessários.


Monto cada uma das placas de circuito impresso que fazem parte do equipamento de maneira individual testando cada componente antes e depois de inserido e soldado. Após a montagem se completar, passo aos testes em vazio da placa montada, testando suas funcionalidades "stand-alone". Se estiver tudo OK, passo então para a montagem das placas seguintes fazendo o mesmo processo.
Após este longo processo de "teste de componentes-montagem-teste de placa" para cada uma das placas, passo à fase seguinte que consiste na montagem dos face-plates e demais estruturas metálicas.


Com as folhas e chapas de alumínio, telas de aço e placas de vidro e acrílico cortadas nos tamanhos especificados para um dado equipamento, passo à etapa de furação em função da distribuição dos componentes internos, sempre levando em conta a propagação do calor, ruídos e interações eletromagnéticas entre a rede AC, transformadores, fiação e a fonte de áudio, bem como a propagação de vibrações e oscilações mecânicas que podem levar todo o conjunto a apresentar problemas de microfonia, hum-noise e hiss-noise, só para citrar os mais comuns.


Chega o momento de juntar tudo: gabinete acabado, placas montadas e testadas e os fechamentos diversos (face-plates top e bottom, suportes de acrílico iluminados, visores de vidro etc). Nesta etapa, todo o esmero e calma são fundamentais pois uma escorregada com uma chave de fenda pode riscar o gabinete de fora-a-fora comprometendo todo o resultado final.


Resta então fundir as proteções dos knobs em resina acrílica ou poliéster e acrescentar os knobs e demais acabamentos estéticos tais como parafusos de aço-inox (onde necessário) ou bi-cromatizados à fogo, plaquetas de número de série e logomarca em latão polido e escovado.


Liga-se o equipamento "recém-nascido" á uma tomada e, por 100 horas ininterruptas, são avaliados diversos aspectos antes que o mesmo seja embalado e enviado ao cliente final.


Isto tudo leva o tempo que for necessário.


Nem mais, nem menos.


Sei que do lado de lá, os clientes ficam ansiosos e numa enorme expectativa, mas tenham certeza, todos vocês que, o que sai do nosso laboratório, só sai daqui se eu tiver o orgulho de apresentar aos meus amigos pessoais o que acabou de ser fabricado.


Cada peça é manufaturada individualmente e só deixa a minha bancada se tiver os requisitos básicos estéticos e sonoros como se fosse equipar o meu próprio set de equipamentos.


Portanto, quando me perguntam em quanto tempo o equipamento estará pronto, só posso dar uma estimativa, pois pode chegar determinada etapa e, por um motivo ou outro, não me agradar o que vi ou ouvi então começo tudo de novo, do zero se necessário, sempre procurando o melhor possível (aliás, sou expert nisto... http://peccerini.blogspot.com/2009/08/1-prologo.html - leitura para quando tiverem um tempo).
Por outro lado, poderia delegar grande parte do processo á terceiros: montagem dos gabinetes, montagem das placas, furação dos chassis, etc, restando à mim, fazer a união de todos os pedaços e colocá-los para funcionar. Pode ser que este dia chegue, em função da demanda, mas enquanto isto não acontecer, estarei fazendo cada etapa do processo como se fosse uma obra de arte...aliás, isto é o que define um equipamento como sendo "o estado-da-arte" não é mesmo?...




Grande abraço a todos e, paciência. Vocês não se arrependerão.




Atenciosamente,




Luciano Peccerini Júnior

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Retomando os trabalhos

Meus caros clientes e amigos,
Recebi ontem a notificação dos Correios sobre meus pacotes de importação.
Estão á minha disposição para retirada.

Hoje recomeço as montagens em ritmo normal e com todos os componentes disponíveis e ao alcance das mãos!

Grande abraço a todos e obrigado pela paciência.

Atenciosamente,

Luciano

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sábado, 2 de janeiro de 2010

Correios e final de ano

Meus caros clientes-amigos,
Peço desculpas aos que estavam esperando os equipamentos encomendados em Novembro tão ansiosamente.
Os Correios, como sempre, não aguentaram o afluxo de correspondências e encomendas neste final de ano e simplesmente não entregaram minhas importações (fechadas com meus fornecedores em fins de Outubro).
Como tudo por aqui, eles simplesmente alegam que não deram conta e que tudo irá se normalizar nos próximos meses (!!!!).
Diferente de outros países, onde podemos lançar mão de alternativas, no Brasil estamos sujeitos à isto.
É claro que podemos usar um serviço de Courier (UPS, FEDEX, DHL etc) mas à que custas? Nos EUA, a diferença entre o USPS (United States Postal services) e os serviços de Courier, em alguns casos, chega a ser irrisória.

Poderia usar componentes alternativos comprados no mercado local, mas prefiro arcar com o desconforto de atrasar as entregas à despachar produtos que podem ter seu desempenho comprometido por um capacitor de US$1,20...

Grande abraço a todos e, tenham certeza, mais ansioso que vocês esperando a chegada dos contêineres.

Feliz 2010!

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