quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Curvas de equalização para discos de vinil e o que vem por aí.

Hoje estava finalizando as novas placas de circuito impresso dos Phono Experience nrs 4 e 5 quando encontrei uma nota de aplicação da PHILIPS para o integrado NE5532 (AN142 Audio Circuits using the NE5532/3/4), dando as diretrizes para a construção da rede de equalização RIAA e NAB.

Alguns clientes reportaram que a resposta RIAA dos meus equipamentos estava um pouco aquém do esperado.
Fazendo as perguntas de praxe, descobri que alguns deles, estavam usando discos antigos de 45 e 78 rpm, bem como alguns discos com equalizações que foram padrão no passado.

Como fica impraticável do ponto de vista econômico projetar um pré-amp de baixo custo que cubra todas as possíveis equalizações disponíveis além da RIAA (usada atualmente e que cobre 99% dos LPs disponívies nas prateleiras dos clientes), resolvi repassar os artigos abaixo e as referências para estudo dos mais ávidos e entusiasmados vinyl-lovers.

Com estas informações e com uma conexão SEND-RETURN que providenciarei para os novos modelos do Phono Experience, será possível a ligação de um equalizador gráfico de 32 bandas (que está na minha lista de pendências e projetos para 2012) para fazer a equalização manual de qualquer LP, EP, compacto etc, que venha a cair nas suas mãos.

Os textos são em inglês, bem como as referências. Me perdoem.
O tempo é escasso.




" The following charts provide the equalization curves required for the accurate playback of early LPs and all electrical 78s. Starting in 1955, all LPs use the standard RIAA curve, which is built into all new preamplifiers. Acoustic 78s were made without any equalization.
Use of these equalization curves during playback requires either an older preamp or a specialized equalizer such as the Owl I Mono Restoration Module. The equalization can also be roughly approximated with a graphic/octave equalizer.
This information is taken from several sources: the "Dial Your Discs" chart which appeared in High Fidelity magazine during the early 1950s, the chart provided by Owl Audio, the chart compiled by James R. Powell, Jr. and published in the ARSC Journal, and the jackets of various early LPs.
"Turnover" (col. 2) is the frequency below which the record manufacturer diminished the bass when mastering the disc, requiring a corresponding boost during playback. In the chart, turnover is stated using the name of the recording curve, as given on most older preamps; a list of these curves and their turnover frequences is at the end of the chart. Where a specific turnover is not available on the Owl I, the preferred setting is given in parentheses.
"Rolloff" (col. 3) is the amount of treble cut at 10 KHz required during playback to compensate for preemphasis added during disc mastering. In the chart, rolloff is stated in dB; where a specific rolloff is not available on the Owl 1, the preferred setting is given in parentheses.
These are the "official" equalizations, but there may be considerable variation from one company (or disc) to another, especially with 78s. Adjustments can be made using the tone controls or even alternate equalization curves: increase turnover if the bass sounds too thin, and Increase rolloff if the treble is too strong.

Equalization Chart for Pre-1955 LP Records

Turnover - Rolloff

Angel NAB -12 dB

Audio Fidelity NAB -16 dB

Bach Guild (501-529) NAB -16 dB

Bartok 301-304, 309, 906-920 629 Hz (500) -16 dB

Boston COL -16 dB

Caedmon 1001-1022 629 Hz (500) -16 dB

Capitol AES -12 dB

Capitol-Cetra AES -12 dB

Cetra-Soria COL -16 dB or AES -12 dB

Colosseum AES -12 dB or COL -16 dB

Columbia COL -16 dB

Concert Hall AES -12 dB or COL -16 dB or (until 1954) RIAA -8.5 dB

Decca AES -12 dB

Decca (until 11/55) COL -16 dB

Decca FFRR (1951) 300 Hz (250) -14 dB

Decca FFRR (1953) 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

Ducretet-Thomson 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

EMS 375 Hz -12 dB

Epic (until 1954) COL -16 dB

Esoteric AES -12 dB

Folkways COL -16 dB

Haydn Society COL -16 dB

HMV COL -16 dB

London (up to LL-846) 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

London International 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

Lyrichord COL -16 dB or AES -16 dB new: 629 Hz (750) -16 dB

Mercury (until 10/54) AES -12 dB

MGM NAB -12 dB

Oceanic COL -16 dB

Oiseau-Lyre (until 1954) COL -8.5 dB

Overtone NAB -16 dB

Polymusic NAB -16 dB

RCA Victor (until 8/52) NAB -12 dB

Remington NAB -16 dB

Urania (most) COL -16 dB

Urania (AES eq) AES -12 dB

Vanguard (411-22, 6000-18) COL -16 dB

Vox (until 1954) COL -16 dB

Westminster (before 1956) NAB -16 dB or AES -12 dB

Equalization Chart for 78 rpm Records

Acoustics 0 0 dB

Brunswick NAB 0 dB

Capitol (1942) AES -12 dB

Columbia (1925) 200 Hz (250) -7 dB (-8.5)

Columbia (1938) 300 Hz (250) -16 dB

Columbia (Eng.) 250 Hz 0 dB

Decca (1934) AES -12 dB

Decca FFRR (1949) 250 Hz -5 dB early 78s (mid-'30s) NAB 0 dB

EMI (1931) 250 Hz 0 dB

HMV (1931) 250 Hz 0 dB

London FFRR (1949) 250 Hz -5 dB

Mercury AES -12 dB

MGM RIAA -12 dB

Parlophone NAB 0 dB

Victor (early 1925) 200-500 Hz -7 dB (-8.5)

Victor (from 1938-47) NAB -7 dB (-8.5)

Victor (1947-52) NAB -12 dB

Equalization Curves by Name

AES 400 Hz (375) -12 dB

FFRR (1949) 250 Hz -5 dB

FFRR (1951) 300 Hz (250) -14 dB

FFRR (1953) 450 Hz (500) -11 dB (-8.5)

LP/COL 500 Hz* -16 dB

NAB 500 Hz -16 dB

Orthophonic (RCA) 500 Hz -11 dB (-8.5)

629 629 Hz (750)

RIAA 500 Hz** -13.7 dB

* modified from NAB: less bass below 150 Hz, requiring about 3dB boost with bass tone control.

** "Very close" to NAB."




Todas as curvas na forma infográfica para o correto ajuste do equalizador de 32 bandas podem ser encontradas no link da referência 2. Reproduzirei de forma detalhada e explicada com o passo-a-passo dos ajustes nos manuais dos PE#4, PE#5 e no Equalizador Gráfico de 32 Bandas, que ainda é um rascunho na prancheta de projetos.

Até o meu produto estar disponível, usem equalizadores disponíveis no mercado (os Behringer, por exemplo) e ajustem conforme as dicas dos gráficos.

O SEND-RETURN que mencionei anteriormente possibilitará a retirada do sinal das cápsulas MM ou MC (high-level ou low-level para ambos os casos) antes da rede de equalização RIAA ou NAB nativas dos meus equipamentos (PE#3, PE#4 e PE#5), desta forma o usuário poderá usar um by-pass nestas redes fixas e usar o equalizador gráfico externamente.

PS.: Notaram o tanto de variáveis que existe no simples ato de tocar um disco? E os gurus-de-plantão vêem reclamar que a curva de equalização está 0,1db fora do padrão, ou que a THD é maior que 0,5%, ou o damping-factor DF do estágio final é muito baixo...tenham dó!

Ouçam. Se gostaram do que ouviram, então está tudo OK!
Os números são para o mundo da razão.
A música, é para o mundo da emoção!

Grande abraço e bom divertimento.



Ref.:













































































































































quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

BIAS no JUNO

Alguns clientes tiveram algumas dificuldades em fazer o ajuste de BIAS dos seus amplificadores JUNO.

Quando projetei os JUNO há cinco anos, previ duas opções de uso:
  1. Com as válvulas 6L6GC e família;
  2. E com as EL34 (6CA7) e parentes.
Em ambos os casos, o cliente me avisava qual válvula tinha preferência pelo timbre que eu montava o circuito do regulador negativo de BIAS conforme a especificação do manual para a respectiva válvula.
Nestes anos, começaram a me perguntar sobre a possibilidade de usar um quarteto ou outro, 6L6 ou EL34. Mudei então o circuito do regulador para admitir o ajuste para as duas famílias.
A grande maioria dos audiófilos têm uma certa afinidade com a eletrônica e faziam os ajustes sem grandes problemas. Porém alguns deles não conseguiam deixar tudo 100%. Ou faltava ferramental ou faltava habilidade (melhor dizendo, habilitação).
Voltei para a prancheta e refiz os circuitos para deixar tudo mais fácil.
Isto foi há 3 anos.

Final do ano passado.
Recebi um JUNO para upgrade estético e checagem e calibração das fontes.
Com esta história do BIAS em mente, pedi para um amigo (dentista) que não entende nada de elétrica, fazer o ajuste. Foi um desastre. Acertava um lado, descalibrava o outro. Esquecia onde tinha mexido. Fazia duas vezes o mesmo ajuste. Ignorava o lado oposto...e tudo isto com o descritivo aberto em cima da mesa e usando minhas ferramentas e instrumentos específicos.

Passei a borracha de novo e resolvi simplificar ainda mais.

Agora os JUNOs têm um conector DIN5P-F (padrão DIN de 5 pinos fêmea) sob o chassis, onde os pontos de teste estão disponíveis. Os próximos JUNOs que montar, terão mais um DIN na parte posterior onde, além do BIAS, poderão ser checadas as tensões internas de trabalho: +B (alimentação da potência), +V (alimentação do pré e phase-splitter), +S (Screen Grid) e filamentos.
Com estes dois conectores acessíveis e os sinais disponíveis, será tarefa simples fazer um diagnóstico rápido em caso de alguma falha.

Para o ajuste de BIAS agora:

Serão necessários os seguintes equipamentos:
1) Um ou dois multímetros (voltímetros) com escalas de 2V e 200mV. Melhor se tiver uma terceira escala de 20mV;
2) Uma lanterna pequena;
3) Uma chave de fenda com haste isolada (se não tiver, passe fita isolante na chave que tiver, com pelo menos 10cm de haste);
4) 2 pedaços de fio fino isolado para ligar os terminais do voltímetro aos pinos do conector DIN. Se for usar dois voltímetros ao mesmo tempo (melhor condição) providencie 4 pedaços de fio.
5) Conector DIN5P-M com cabos e terminais para facilitar ainda mais o trabalho de ajuste. Darei a dica de como construí-lo mais adiante no ANEXO.


Este é o procedimento:
1) Com o equipamento desligado, posicioná-lo com o lado inferior voltado para cima apoiado no transformador de força e tomando cuidado para não apoiar nas válvulas de saída.
2) Conectar os cabos das caixas acústicas ou da carga resistiva, se tiver uma para usar no lugar dos alto-falantes. (Veja a série completa dos artigos sobre este assunto em http://hollowstate.blogspot.com/2011/09/dummy-load-e-wattimetro-para-audio.html).
3) Conectar RCAs macho em curto, se os tiver, para garantir zero sinal de entrada. Se não tiver, pode deixar as entradas (RCAs fêmea) em aberto em ambos canais.
4) Posicionar a chave de NFB (Negative Feedback) na posição central = 0db de realimentação.
5) Setar a chave de MODE (operação Triodo, Pentodo ou Ultra-Linear) na posição Pentodo ou U.L., conforme o modelo. Nesta posição as correntes são bem menores, facilitando o ajuste.
6) Cerifique-se que todas as válvulas estão em seus lugares e soquetadas até o final.
7) Conecte o adaptador DIN5P-M se estiver usando, ou os fios de medição no soquete DIN5P-F, respeitando os pinos: 1-4 para o canal direito (R) e 2-5 para o canal esquerdo (L).


8) Se estiver usando multímetro digital, não se preocupe com a polaridade. caso seja analógico atente para a direção do ponteiro e começe numa escala alta, 20Vdc por exemplo!


9) Ligue o(s) multímetro(s) no(s) fio(s), ou nos conectores de teste.


10) Ligue o amplificador. Em 15 ou 20 segundos a leitura se estabilizará.
11) Ilumine o interior do JUNO pelo furo central e ajuste o BIAS pelo furo lateral.


12) Escolha um canal para começar. Coloque a chave de fenda no orifício até atingir a fenda do knob do potenciômetro de ajuste.
13) Gire lentamente em um sentido ou outro até obter a leitura mais baixa possível (negativa ou positiva, não importa).
14) Mude a escala do voltímetro para 200mV ou até 20mV se for o caso e continue ajustando lentamente para a menor leitura.
15) Após achar o ponto mais próximo de 0V, refaça os passos desde o passo 12) para o outro canal.
16) Após ajustar os dois canais (passos 12 a 15) espere 30 minutos e repita mais uma vez a sequência 12 a 15 para ambos os canais.
17) Pronto, o BIAS está ajustado.

Sempre que trocar um válvula, um par, um trio ou mesmo o quarteto todo, refaça estes ajustes.
A cada 2 anos dê uma checada nos valores. Se tiverem escapado mais de 20%, refaça os ajustes.
Você notará que as válvulas precisam ser trocadas quando não conseguir fazer com que o par trabalhe em torno de +/-18mV, com variação admissível de 10% para estes valores.
Não importa o que digam, se você fizer direito, não precisará trocar todas as válvulas quando uma delas pifar. É só trocá-la e fazer o ajuste do conjunto para a nova condição.
Economize $$$ com troca desnecessária de válvulas para comprar outros equipamentos, e colocar mais diversão na sua vida!

18) Desligue a chave ON/OFF e espere o ampli esfriar para manuseá-lo.
19) Volte para a posição normal de trabalho.
20) Reconecte tudo e, bom divertimento.


ANEXO:
Para montar o conector DIN de testes você precisará: 1 plugue DIN de 5 pinos macho para montagem em cabo, 2 pedaços de fio paralelo vm/pt e 2 terminais de conexão para caixas acústicas. Custo total R$10,00.
Abaixo a montagem:











News JAN 2012

Olá meus caros clientes e amigos,

Conforme comentei na página inicial do website (http://www.amplificadores.com.br/), estive atarefado correndo atrás das atualizações dos equipamentos em função do feedback dos clientes nestes últimos dois anos de atividades.
É a terceira rodada do PDCA que a LPJ Audio se submete, sempre visando a melhoria contínua dos porcessos, produtos e serviços.
Abaixo uma prévia do que há de novo.

Vamos lá.
  • O Amplificador para Headphones Híbrido H2HA-Andromeda foi finalizado e testado. Possui um front-end valvulado responsável pelo ganho de tensão e enriquecimento harmônico (pelo fato de ser valvulado) e um back-end de estado sólido usando a topologia de amplificador diferencial de corrente com altíssimo slew-rate (1300V/us) e alta capacidade de fornecimento: 500mA sobre carga de 25Ohm, totalizando 12w de áudio puro, linear e cristalino. Agora qualquer fone eletrodinâmico pode ser excitado aos seu máximo. O Volkano continua sendo a opção 100% valvulada para fones de alta-impedância.
  • O Phono Experience # 4 também saiu da prancheta. Agora a série Phono Experience tem uma versão com entrada para cápsulas tipo Moving-Coil (MC) além das Moving-Magnet (MM) que normalmente eram indicadas para uso com o PE#3 standard. É uma versão híbrida pois o front-end amplificador de alto ganho (60db para MM e 72db) usa amplificadores operacionais com tecnologia J-FET de baixíssimo ruído em configuração star-ground similar ao utilizado nos amplificadores de instrumentação para os baixíssimos níveis de sinal dos extensômetros.

Concepção dos novos painéis metálicos
  • Na cola vem o Phono Experience # 5 que será um Preamp para Phono 100% valvulado com entradas para MC tipo high-level/low-level e também para cápsulas tipo MM. Além disto o PE#5 terá a opção de ajuste da impedância de carga das entradas com um setup de 4 opções para C e 4 opções para R, cobrindo o range de 27pF a 120pf e 22k a 100k Ohm, compatível com 99,9% das cápsulas disponíveis no mercado.
  • Novos gabinetes metálicos com frontal usinado em alumínio de 8mm de espessura anodizado ao natural e caixa metálica blindada de aço com pintura epóxi eletrostática. Spikes e rods de apoio completam o novo gabinete além da chave ON/OFF iluminda em azul com dupla isolação tipo IP-65 em aço inox escovado.
  • Dois novos fornecedores de transformadores foram desenvolvidos para servirem de alternativa aos trafos convencionais que estavam com dimensionamento no limite. Novos materiais e técnicas construtivas permitirão a otimização de potência e dissipação de calor para o mesmo peso e volume.
  • Todos os produtos passaram a ter a opção bi-volt (110Vac ou 220Vac).
  • Ao longo do primeiro semestre mais duas novidades: JUNO monobloco e JUNO com pré-amplificador integrado. Em breve, um descritivo do que vem por aí.

Grande abraço à todos!